O cabeça rapada (como
eu)
Saí da paragem. Reparei pelo canto do
olho, que dois rapazes corriam na minha direcção. Como já estava longe da
paragem, achei que a melhor decisão era não parar para apanha-los.
Quando interromperam a corrida, um
deles, o de cabeça rapada (como eu) chamou-me “filho da p…..”.
Sinto que foi para mim. Ouvi e doeu. A
minha mãe (já com Deus) também não tem a culpa.
Uns metros mais há frente, tive que
parar no sinal vermelho.
Reiniciaram a corrida na minha direcção.
Chegados á porta da entrada, esperaram, ofegantes. O de cabeça rapada (como eu)
ficou um pouco distante, na expectativa.
Abri. O que tinha cabelo lançou-me um
“obrigadinho” e desapareceu para o fundo do autocarro. O de cabeça rapada (como
eu), agradeceu-me com a voz duvidosa de saber se ouvi o que me doeu.
Disse-lhe: “ Escusas de agradecer,
entras porque queres. Abri a porta ao teu amigo, não a ti.”
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