Saí da Estação, chovia copiosamente. A estrada torna-se traiçoeira porque os buracos ficam camuflados com a água da chuva. Já conheço todos os buracos do caminho que faço há muito tempo mas os pneus são tão finos e frágeis que qualquer percalço torna-se num pesadelo.
Apesar do fato impermeável, a chuva entra-me por todo o lado. Sinto-a bater-me no rosto como agulhas. Apesar do guarda lamas a água vinda da roda traseira encharca-me até aos ossos.
Mas o esforço tudo esquece. Misturo no corpo o suor com a chuva e avanço.
A descida das Galinheiras para Frielas é feita com os travões a fundo, mas a aderência não segura o que pretendo. Sorte não ter aparecido um obstáculo, apenas o ladrar dos cães que nem estes vieram atrás de mim como habitualmente.
A chegada a casa é feita de recriminações vindas da minha esposa. "Tu és maluco".
A roupa depois de torcida dá um alguidar de água.
Mas o duche quente retempera o físico e a alma.
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